Em 2019 o desmatamento na Amazônia aumentou em 30%, comparado com as taxas de 2018, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Essa perda de florestas também atingiu às Terras Indígenas, que totalizaram 44 mil hectares desmatados em um ano, um aumento de 60% em relação ao ano anterior, onde as principais áreas afetadas estão localizadas nas bordas dos territórios, em locais de fronteira com áreas privadas produtivas.
Somente no estado do Pará, o desmatamento total teve um aumento de 41% e somou 97 mil hectares em 2019 e, nas Terras Indígenas do estado, a taxa cresceu 160% no mesmo período, totalizando 34,7 mil hectares. O cenário foi agravado pelo aumento de 83%, apenas no mês de agosto, no número de focos de calor, historicamente relacionados ao desmatamento ilegal na região.
O território amazônico possui 389 Unidades de Conservação em uma área de 129 Milhões de hectares, além de 424 Terras Indígenas que ocupam 110 milhões de hectares, quase 22% da região. Juntas, as Unidades de Conservação e as Terras Indígenas conservam 96% de sua cobertura florestal original e concentram cerca de 65% dos estoques de carbono da Amazônia brasileira. Mas o desmatamento ilegal e queimadas sem regularização ambiental em áreas privadas no entorno dessas reservas acabam afetando as áreas conservadas de uma maneira descontrolada.
A TNC acredita que é possível conciliar conservação da natureza, desenvolvimento econômico e social e construir uma visão compartilhada para a Amazônia e seus milhões de habitantes. Entender as ameaças e enxergar as oportunidades no território e fazer a transição para um modelo econômico que valoriza e garante os direitos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais é fundamental para a sustentabilidade das atividades produtivas, além de preservar a biodiversidade e combater as mudanças climáticas.
A campanha Floresta Sem Fogo mostra alternativas produtivas para o manejo de áreas produtivas sem uso do fogo. Existem opções mais vantajosas para o produtor rural, com referências de experiências já testadas e comprovadas na região, com base científica e respeitando e compreedendo as diversas abordagens para produção econômica e conservação da natureza na Amazônia.