Coalizão Cidades pela Água - 5 Anos
A experiência para proteger bacias hidrográficas em Santa Catarina
Silvio Rosa, da ARESC, compartilha os aprendizados durante a implementação do projeto Produtor de Água do Rio Camboriú.
No início foi bem difícil conseguir assinar os primeiros contratos de adesão ao projeto Produtor de Água com os produtores rurais. Nós tínhamos previsto a realização de dez contratos no lançamento do projeto, num salão com representantes do governo federal, estadual e municipal. Apareceram só dois agricultores.
Os produtores se sentem sempre enganados no Brasil. Eles não entendiam, desconfiavam do programa. Começaram a aparecer lendas, como a de que se ele aderisse correria o risco de perder a terra ou a aposentadoria. Esse foi um aprendizado: como abordar corretamente o agricultor. Pra começar, a gente chegava com a caminhonete escrito “fiscalização” nas portas, descia uma tropa de gente, todo mundo com uniforme do Estado. Eles nem nos atendiam! Na hora do cadastramento, corria todo mundo.
Então nós, da Aresc, TNC, Emasa e o órgão ambiental de Camboriú, dentro desse arranjo institucional que havia sido constituído, fomos buscar o Sindicato Rural para que nos ajudasse a chegar até o agricultor e explicar o projeto. Ter os parceiros certos é fundamental.
A desconfiança do começo não era só dos proprietários rurais. Todos os entes dentro desse arranjo tinham dificuldade de entender o processo. Era algo totalmente novo para nós. Nós levamos muito tempo para assinar os dois primeiros contratos e hoje nós temos fila para adesão.
Nas audiências públicas da grande Florianópolis, mostramos os casos dos produtores que já estão recebendo pelo programa, que fizeram o teste de São Tomé [ver para crer]. Isso facilita a adesão. A partir de agora também vamos economizar tempo com a construção de metodologia, contratação de empresas prestadoras de serviços, licitação internacional, com todo um processo de vai e volta. Não temos mais esse problema. Então, todas essas dificuldades que tivemos, tanto legais quanto de adesão, vão nos poupar bastante tempo nas próximas etapas.
Este programa e produto é cofinanciado pela Iniciativa Internacional de Proteção do Clima (IKI) do Ministério Federal do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear (BMU) da Alemanha, por meio do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que atua como administrador dentro da Aliança de Fundos de Água da América Latina. As opiniões expressas neste produto são dos autores e não refletem necessariamente as opiniões do IKI, BMU ou BID, de seu Conselho de Administração ou dos países que representam. Saiba mais sobre a Aliança de Fundos e Água