Agricultura

Produção de commodities livres de conversão

O que estamos fazendo para evitar a perda de habitat causada pela produção de commodities

Vista aérea em Sumatra, mostrando o desmatamento de um lado e a floresta do outro.
Sumatra, Indonesia Vista aérea em Sumatra, mostrando o desmatamento de um lado e a floresta do outro. © Joseph Kiesecker

O gado e a soja sustentam economias inteiras, apoiando milhões de meios de subsistência rurais e permeando nossos sistemas alimentares globais, do campo à mesa. 

A demanda por essas commodities fundamentais continuará a crescer, assim como o aumento de renda e mudanças na alimentação global, mas a produção de commodities é o maior impulsionador da perda de habitats e biodiversidade no mundo, sendo responsável por 40% da perda total de habitat em todo o planeta. Só a carne bovina é responsável por aproximadamente 7% da emissão global de gases de efeito estufa – aproximadamente a mesma quantidade que a Índia.

Para atender a essa crescente demanda sem provocar aumento das emissões associadas e perda da biodiversidade, precisamos desvincular a produção de commodities da perda de habitat nas nossas florestas, pastagens e outros ecossistemas que estão sob risco de desmatamento para dar lugar à agricultura.

Como dissociamos a perda de habitat da produção de commodities

Nossa estratégia de produção de commodities livres de conversão visa transformar o mercado de soja e carne bovina, permitindo que produtores nos ecossistemas críticos da América do Sul e Indonésia atendam à crescente demanda sem converter mais terras para a agricultura.

A estratégia de commodities livres de conversão:

  • Icon of cattle.

    Desvincular a produção de soja e pecuária da perda de habitats na Amazônia, Cerrado e Chaco, até 2025.

  • Icon of CO2.

    Evitar a conversão de 9,5 milhões de hectares em áreas de risco e impedir aproximadamente 600 milhões de toneladas métricas de emissões de carbono por ano até 2030.

  • Icon of people.

    Resultados positivos para Povos Indígenas e comunidades locais cujas terras se beneficiarão de práticas mais sustentáveis em fazendas próximas.

Três desafios para reduzir a perda de habitat na produção de commodities

Alcançar o objetivo de commodities livre de conversão precisa acontecer urgente e simultaneamente em todo o mercado ou a perda de habitat surgirá em outro lugar.

Para isso, os três principais desafios que pretendemos superar são:

  1. A demanda inconsistente das empresas que compram commodities: Toda a cadeia de suprimentos deve se certificar e se comprometer sobre a não da perda de habitat. A certificação tem tido um impacto em partes da cadeia de suprimentos, mas a perda de habitat ainda é incentivada pela demanda por produtos não-certificados, que é muito maior.  
  2. Apoio financeiro e incentivos inconsistentes aos produtores: Desvincular a produção de commodities da conversão depende das decisões tomadas pelos agricultores sobre o habitat em suas terras. Atualmente, agricultores e pecuaristas convertem habitat porque faz sentido economicamente. Esse cálculo precisa ser repensado e revertido.
  3. Políticas contraproducentes de uso da terra: As políticas e regulamentações comerciais podem ser um estímulo à mudança, mas uma proibição direta às importações que trazem risco às florestas sem medidas de apoio aos produtores pode ter o efeito oposto. Eles podem procurar outros mercados sem proibições e a perda de habitat continua. 

Como ajudamos fazendeiros e produtores a reduzirem a conversão de terras devido à produção de gado e soja

A pecuária é uma parte significativa da economia do Brasil, mas resulta em 24% de toda a perda de florestas tropicais a cada ano. Essa situação ocorre principalmente na floresta amazônica e nas florestas tropicais do Cerrado.

Queremos apoiar a pecuária a evitar 400 milhões de toneladas métricas de emissões de carbono anualmente como parte de nossa aspiração de reduzir o desmatamento em 75%. A nossa meta é reduzir drasticamente a perda de habitat vinculada à pecuária no Cerrado e na Amazônia brasileira até 2025, com o objetivo de desvincular completamente a pecuária da perda de habitat assim que possível após 2025.

Nossos programas alcançam 90% dos produtores de gado na Amazônia e Cerrado. Estamos convocando todos os atores na cadeia de suprimento da pecuária para:

·       Melhorar o monitoramento e transparência na cadeia de suprimento, dificultando a produção de gado em terras convertidas ilegalmente

·       Aumentar o apoio e assistência aos produtores, incluindo via Inovação Financeira

·       Expandir políticas públicas e privadas para melhorar a governança

·       Estabelecer estratégias-chave de orientação e proteção aos direitos dos Povos Indígenas e de comunidades locais. 

Como ajudamos fazendeiros e produtores a reduzirem a conversão de terras devido à produção de soja

15% da soja do mundo vem do Cerrado. O bioma é uma potência ambiental e econômica para o Brasil e o planeta. Mas também é uma das savanas menos protegidas do mundo. 45% desse ecossistema ímpar foi convertido para a agricultura.

Na Argentina, por sua vez, a região do Gran Chaco é a segunda maior floresta da América do Sul e cobre uma área do tamanho da Espanha e França em quatro países (Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai). É uma das áreas mais desmatadas do mundo. Lá, mensalmente, se perdem mais de 34.446 hectares. 

Nosso objetivo é desvincular a produção de soja da perda de habitat na Amazônia, Cerrado e Chaco até 2025.

Ao aumentar a produtividade em terras agrícolas existentes e trazer terras degradadas e abandonadas de volta à produção agrícola usando a tecnologia e boas práticas, podemos atender às crescentes demandas globais por soja sem converter um hectare sequer de habitat.