Produção de commodities livres de conversão
O que estamos fazendo para evitar a perda de habitat causada pela produção de commodities
O gado e a soja sustentam economias inteiras, apoiando milhões de meios de subsistência rurais e permeando nossos sistemas alimentares globais, do campo à mesa.
A demanda por essas commodities fundamentais continuará a crescer, assim como o aumento de renda e mudanças na alimentação global, mas a produção de commodities é o maior impulsionador da perda de habitats e biodiversidade no mundo, sendo responsável por 40% da perda total de habitat em todo o planeta. Só a carne bovina é responsável por aproximadamente 7% da emissão global de gases de efeito estufa – aproximadamente a mesma quantidade que a Índia.
Para atender a essa crescente demanda sem provocar aumento das emissões associadas e perda da biodiversidade, precisamos desvincular a produção de commodities da perda de habitat nas nossas florestas, pastagens e outros ecossistemas que estão sob risco de desmatamento para dar lugar à agricultura.
Como dissociamos a perda de habitat da produção de commodities
Nossa estratégia de produção de commodities livres de conversão visa transformar o mercado de soja e carne bovina, permitindo que produtores nos ecossistemas críticos da América do Sul e Indonésia atendam à crescente demanda sem converter mais terras para a agricultura.
A estratégia de commodities livres de conversão:
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Desvincular a produção de soja e pecuária da perda de habitats na Amazônia, Cerrado e Chaco, até 2025.
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Evitar a conversão de 9,5 milhões de hectares em áreas de risco e impedir aproximadamente 600 milhões de toneladas métricas de emissões de carbono por ano até 2030.
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Resultados positivos para Povos Indígenas e comunidades locais cujas terras se beneficiarão de práticas mais sustentáveis em fazendas próximas.
Três desafios para reduzir a perda de habitat na produção de commodities
Alcançar o objetivo de commodities livre de conversão precisa acontecer urgente e simultaneamente em todo o mercado ou a perda de habitat surgirá em outro lugar.
Para isso, os três principais desafios que pretendemos superar são:
- A demanda inconsistente das empresas que compram commodities: Toda a cadeia de suprimentos deve se certificar e se comprometer sobre a não da perda de habitat. A certificação tem tido um impacto em partes da cadeia de suprimentos, mas a perda de habitat ainda é incentivada pela demanda por produtos não-certificados, que é muito maior.
- Apoio financeiro e incentivos inconsistentes aos produtores: Desvincular a produção de commodities da conversão depende das decisões tomadas pelos agricultores sobre o habitat em suas terras. Atualmente, agricultores e pecuaristas convertem habitat porque faz sentido economicamente. Esse cálculo precisa ser repensado e revertido.
- Políticas contraproducentes de uso da terra: As políticas e regulamentações comerciais podem ser um estímulo à mudança, mas uma proibição direta às importações que trazem risco às florestas sem medidas de apoio aos produtores pode ter o efeito oposto. Eles podem procurar outros mercados sem proibições e a perda de habitat continua.
Como reduzir o impacto causado pelas commodities
Trabalhamos em estreita colaboração com parceiros na América do Sul, Europa, Indonésia e China em três incentivos para mudança:
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Engajamento direto com empresas
Engajamento direto com empresas e grupos industriais para ajudá-los a assumir compromissos confiáveis relacionados ao desmatamento e à conversão de terras e então implementá-los por meio de melhor monitoramento, rastreabilidade e transparência. Para alcançar esses objetivos, estamos investindo na infraestrutura científica que permitirá rastrear as mudanças no ecossistema.
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Influenciar a formulação de políticas
Influenciar a formulação de políticas na América do Sul, na União Europeia, Indonésia e China para garantir que a proteção de habitats nas fazendas e ranchos seja recompensada, que mudanças no uso da terra sejam incluídas no planejamento nacional sobre mudanças climáticas e que os incentivos e estruturas que atualmente favorecem a expansão agrícola sejam reformuladas para direcionar a expansão às terras já desmatadas.
Como ajudamos fazendeiros e produtores a reduzirem a conversão de terras devido à produção de gado e soja
A pecuária é uma parte significativa da economia do Brasil, mas resulta em 24% de toda a perda de florestas tropicais a cada ano. Essa situação ocorre principalmente na floresta amazônica e nas florestas tropicais do Cerrado.
Queremos apoiar a pecuária a evitar 400 milhões de toneladas métricas de emissões de carbono anualmente como parte de nossa aspiração de reduzir o desmatamento em 75%. A nossa meta é reduzir drasticamente a perda de habitat vinculada à pecuária no Cerrado e na Amazônia brasileira até 2025, com o objetivo de desvincular completamente a pecuária da perda de habitat assim que possível após 2025.
Nossos programas alcançam 90% dos produtores de gado na Amazônia e Cerrado. Estamos convocando todos os atores na cadeia de suprimento da pecuária para:
· Melhorar o monitoramento e transparência na cadeia de suprimento, dificultando a produção de gado em terras convertidas ilegalmente
· Aumentar o apoio e assistência aos produtores, incluindo via Inovação Financeira
· Expandir políticas públicas e privadas para melhorar a governança
· Estabelecer estratégias-chave de orientação e proteção aos direitos dos Povos Indígenas e de comunidades locais.
Como ajudamos fazendeiros e produtores a reduzirem a conversão de terras devido à produção de soja
15% da soja do mundo vem do Cerrado. O bioma é uma potência ambiental e econômica para o Brasil e o planeta. Mas também é uma das savanas menos protegidas do mundo. 45% desse ecossistema ímpar foi convertido para a agricultura.
Na Argentina, por sua vez, a região do Gran Chaco é a segunda maior floresta da América do Sul e cobre uma área do tamanho da Espanha e França em quatro países (Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai). É uma das áreas mais desmatadas do mundo. Lá, mensalmente, se perdem mais de 34.446 hectares.
Nosso objetivo é desvincular a produção de soja da perda de habitat na Amazônia, Cerrado e Chaco até 2025.
Ao aumentar a produtividade em terras agrícolas existentes e trazer terras degradadas e abandonadas de volta à produção agrícola usando a tecnologia e boas práticas, podemos atender às crescentes demandas globais por soja sem converter um hectare sequer de habitat.