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Soluções financeiras inovadoras são a aposta do IFACC para catalisar a transição para uma agricultura mais sustentável

Imagem aérea de área de produção junto a floresta preservada.
AGRICULTURA REGENERATIVA Reserva legal em fazenda de pecuária e agricultura no município de Barra do Garças-MT © Andre Dib

Após três anos de atividades, organizações signatárias da iniciativa IFACC ( Inovação Financeira para Amazônia, Cerrado e Chaco) lançaram 17 produtos financeiros inovadores que apoiam modelos de produção sustentáveis de soja, pecuária e produtos florestais não madeireiros na Amazônia e no Cerrado, e que totalizam investimentos de quase US$500 milhões, gerando um impacto significativo em aproximadamente 400 mil hectares. Deste total, o valor desembolsado somente em 2024 foi de US$ 244 milhões, conforme reportado no último relatório anual que compila os resultados do ano de 2024 do IFACC.   

A iniciativa, lançada em 2021, na COP26, que ocorreu em Glasgow, na Escócia, é fruto de uma parceria entre The Nature Conservancy (TNC), Tropical Forest Alliance (TFA) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Os produtos desenvolvidos incluem empréstimos de longo prazo para recuperar terras degradadas para produção de carne bovina e soja; apoio financeiro para proteger áreas de excedente de Reserva Legal; além de produtos específicos para financiar a produção agroflorestal e manejo sustentável de produtos florestais não madeireiros. 

Dos US$ 499 milhões desembolsados para apoiar a agricultura sustentável, a maior parte foi destinada ao Cerrado, bioma mais degradado do país, somando cerca de 97% dos recursos. Deste total, praticamente todo o recurso foi destinado à produção de soja livre de desmatamento. Os 3% restantes, foram investidos em iniciativas na Amazônia, voltadas para a bioeconomia.  

Trazendo uma perspectiva para o futuro, o material destaca a importância do Brasil na mobilização da agenda de produção sustentável a partir da COP30, em Belém. Além disso, também reforça a necessidade de compromisso com a implementação de políticas públicas como o Plano de Transformação Ecológica apoiado por estratégias como o Plano Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas – PNCPD. Por fim, o documento chama a atenção para a implementação dos compromissos corporativos das empresas da cadeia de valor, como traders e frigoríficos.  

O IFACC conta com 24 signatários de perfis diversos, que desenvolvem seus próprios produtos, e que tem o objetivo de promover empréstimos e investimentos para o uso sustentável da terra. Entre eles, grandes instituições financeiras e empresas da cadeia de valor como ItaúBBA, Santander e Syngenta, gestoras de ativos financeiros como o Sustainable Investment Management – SIM e Vox, securitizadoras como OPEA e Vert e empresas implementadoras e operadoras como Belterra e Violet. Em 2024 o IFACC também recebeu seu primeiro signatário na Argentina, a gestora Sumatoria, com atuação focada no Gran Chaco. 

A lista completa dos signatários da iniciativa pode ser vista abaixo, em ordem alfabética:

3J Capital, AGBI, AgDev, Agri3, Agrogalaxy, Banco Santander, Belterra Agroflorestas, Corageous Land, Fisalis, Grupo Gaia, Impact Bank, Instituto Arapyaú, Itaú BBA, JGP, Mauá, Capital, OPEA, Sail Investments, Syngenta Group, S.Oleum, Sumatoria, Sustainable Investment Management, Vert Capital, Violet, Vox Capital.

 

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Relatório IFACC 2024

Acesse o relatório completo de atividades IFACC em 2024 e conheça exemplos de mecanismos financeiros inovadores.

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