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Territórios indígenas e tradicionais: O elo perdido nas metas globais de conservação  

A água escorre por entre duas mãos em concha que tentam segurá-la.
Hand Washing Uma pessoa lava as mãos em um riacho próximo ao Rio de Janeiro, Brasil. © Devan King/The Nature Conservancy

Comunidades indígenas, tradicionais e locais cuidam de algumas das terras ecologicamente mais ricas do mundo, mas, muitas vezes, suas contribuições aos esforços globais de conservação não são reconhecidas. 

À medida que o mundo avança rumo à ambiciosa meta 30x30, proteger 30% das terras e mares do nosso planeta até 2030, um novo estudo revela um ponto cego crítico: territórios indígenas e tradicionais (ITTs, na sigla em inglês).  

Apesar do seu imenso valor ecológico, os ITTs continuam sub-representados nos relatórios nacionais de conservação devido a barreiras legais, políticas e estruturais. A pesquisa ressalta que o reconhecimento dessas terras exige abordagens específicas em cada país, posse legal segura e governança inclusiva. Sem uma reforma política urgente e respeito pelos direitos indígenas, as metas globais de biodiversidade correm o risco de não serem alcançadas. E não é por falta de áreas protegidas, mas por não enxergar e apoiar os gestores tradicionais que já as conservam. 

Um grupo de pessoas se ajoelha em volta de mapas espalhados no chão
Comunidade Indígena Indígenas do Povo Xikrin ao redor de um mapa no processo de construção do Plano de Gestão Territorial e Ambiental da Terra Indígena. © Kevin Arnold