Notícias

Posicionamento da The Nature Conservancy ao final da COP30

Diplomacia de última hora salva o impulso do mutirão pelo progresso climático em Belém.

Presidente da COP30 batendo o martelo que encerra a sessão plenária.
BATENDO O MARTELO O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, encerrando a plenária final da Conferência © Kiara Worth/UN Climate Change

Quando finalmente o martelo é batido na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima no Brasil, após uma exaustiva rodada final de negociações durante a madrugada, Clare Shakya – Diretora Global de Clima da The Nature Conservancy – compartilha suas perspectivas sobre os principais resultados da 30ª Conferência das Partes (COP30):

“Independentemente do resultado, o Brasil merece crédito por se empenhar em avançar a ação climática em uma frente tão ampla e ousada, em um ‘ano de ambição’ para o processo da COP. Apesar de lacunas notáveis, o texto final representa avanços concretos em muitas áreas críticas – nem todas tão visíveis quanto o lançamento do Tropical Forests Forever Facility (TFFF) – mas vitórias importantes, ainda assim, para o multilateralismo em um momento turbulento.

 

Desde o avanço dos indicadores da Meta Global de Adaptação, até a inclusão e reconhecimento sem precedentes dos povos indígenas; desde impedir que o Artigo 6 saísse dos trilhos, até os compromissos formais assumidos pelo Presidente da COP, André Corrêa do Lago, para desenvolver roteiros tanto sobre o desmatamento quanto a crucial eliminação ordenada e equitativa dos combustíveis fósseis; Belém fez a diferença.

Embora obviamente preferíssemos que os combustíveis fosséis estivessem no texto final, em vez de um processo separado da Presidência da COP, isso ainda representa, de certo modo, um avanço na abordagem da causa central do colapso climático.

Ao longo deste ciclo da COP, o Brasil combinou ambição com uma disposição louvável de encontrar soluções criativas para pontos críticos, incorporando sua filosofia de mutirão, traçando um caminho para a ação climática multilateral diante de ventos contrários cada vez mais fortes e nos conduzindo a um futuro mais seguro e protegido para as comunidades na linha de frente da crise climática.