AMAZÔNIA AGORA Ian Thompson, Diretor Executivo da TNC Brasil, e Helder Barbalho, Governador do Pará, assinam acordo de cooperação para promoção de iniciativas de desenvolvimento sustentável. © Erik Lopes/TNC

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Novas parcerias fortalecem desenvolvimento sustentável no Pará

Dois novos acordos de cooperação criam mecanismos para estimular a conciliação entre conservação e produção no estado.

No último dia 18 de fevereiro foram assinados dois importantes acordos de cooperação técnica entre a The Nature Conservancy (TNC), Governo do Pará e instituições parceiras para superar os desafios para promoção do desenvolvimento sustentável no estado, em evento no Palácio dos Despachos, em Belém-PA.​​

Um dos acordos é um protocolo de intenções firmado entre TNC, Governo do Pará e o Banco da Amazônia para facilitar o acesso de crédito rural a produtores rurais em iniciativas de produção mais sustentáveis. A TNC tem trabalhado em parceria com sindicatos e cooperativas de produtores rurais para promover modelos de produção capazes de aumentar a produtividade em áreas já abertas, sem desmatamento. É o exemplo das iniciativas Cacau Floresta, que promove a restauração de áreas degradadas usando plantio de cacau em agroflorestas, e Carne Sustentável: Do Campo à Mesa, que incentiva a intensificação sustentável da pecuária.

O novo acordo ajudará a acelerar o processo de análises de solicitações de crédito feitas ao Banco da Amazônia, visando solucionar o problema de falta de recursos para investimento na transição para uma produção mais sustentável, um dos principais desafios enfrentados pelos produtores que buscam adequação ambiental das suas propriedades. “Para transformar a natureza de forma sustentável é necessário investimento. Então parcerias desse tipo são importantes para que seja possível conciliar o desenvolvimento com a proteção dos próprios recursos que a natureza nos oferece, além de proteger a biodiversidade”, afirmou Ian Thompson, Diretor Executivo da TNC no Brasil.

A outra parceria assinada inclui o Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (ICRAF), também conhecido como World Agroforestry, em um esforço para promover o desenvolvimento de baixo carbono e proteção da biodiversidade no Pará. Firmando compromissos para fortalecer atividades produtivas em sistemas agroflorestais dentro do programa Amazônia Agora, do Governo do Pará, que ajudam a diversificar a produção de pequenos produtores rurais, aumentando sua renda e protegendo a floresta. Andrew Miccolis, coordenador nacional do ICRAF, afirma que “a iniciativa pioneira do programa ‘Amazônia Agora’ é um marco para avançar a agenda ambiental e climática no Estado do Pará, de forma que concilie a conservação com o desenvolvimento sócio-econômico”.

Para Santiago Gowland, Diretor Executivo para América Latina da TNC, acordos como esse ajudam a colocar em prática o que tem sido discutido a nível internacional. “Somente firmando parcerias entre lideranças políticas e o setor produtivo será possível unir todos os esforços e recursos necessários para demonstrar que ações podem acontecer em campo. Não só palavras, ideias ou compromissos, mas ação. Nós temos urgência e apenas uma década para fazer esse modelo funcionar”, afirmou Santiago. Além dele, estavam presentes outros integrantes da equipe global da TNC que tem trabalhado em inciativas de produção sustentável nos Estados Unidos e América Latina.

Parte da equipe da TNC Brasil, América Latina e Global, junto com Andrew Miccolis do ICRAF, no salão de estado do Governo do Pará.
One Conservancy Parte da equipe da TNC Brasil, América Latina e Global, junto com Andrew Miccolis do ICRAF, no salão de estado do Governo do Pará. © Erik Lopes/TNC

O evento também contou com a presença de representantes de órgãos governamentais atuantes no cenário ambiental e produtivo do Pará, além de comunidades indígenas, representadas por dirigentes da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e Federação dos Povos Indígenas do Pará (FEPIPA) e Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso (FEPOIMT), que reforçaram a necessidade da inclusão das comunidades tradicionais em qualquer discussão que trate de desenvolvimento e produção sustentável na Amazônia. “É preciso sempre considerar o papel fundamental dos povos indígenas na proteção desses territórios essenciais. E quando nos sentamos todos juntos para conversar, podemos sentir que estamos todos aqui por uma causa, que em primeiro lugar é a vida das pessoas” afirmou Angela Amanakwa Kaxuyana, Coordenadora da COIAB.