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Vozes da Amazônia

Uma exposição fotográfica para descobrir a Amazônia por meio do olhar de quem a vive, a sente e a defende todos os dias.

Banner exposição de fotos “Vozes da Amazônia”, com retrato em preto e branco de jovem indígena amazônica da fotógrafa Joyce Anika.
Em Belém e online A exposição poderá ser visitada na Casa Maraká de Mídia Indígena durante a COP. © TNC América Latina - foto Joyce Anika

No coração da Amazônia, onde os rios sustentam as florestas e a natureza resguarda a sabedoria de gerações, os comunicadores dos Povos Indígenas e das comunidades locais e tradicionais narram sua visão do território e sua íntima conexão com a natureza: mas também as ameaças que hoje põem em risco toda a vida e as soluções baseadas em seu conhecimento tradicional para adaptar-se e enfrentar as mudanças climáticas. 

Essas imagens dão vida à exposição fotográfica “Vozes da Amazônia”, um projeto da Mídia Indígena e da TNC. Sob a curadoria da fotógrafa e produtora audiovisual brasileira Priscila Tapajowara, essa mostra reúne o trabalho de oito fotógrafos amazônicos da Colômbia, do Equador, do Brasil e do Peru.

Quote: Priscila Tapajowara

Os fotógrafos e as fotógrafas reunidos aqui criam pontes entre si, como o rio Amazonas, que atravessa e conecta países. Seus olhares navegam fronteiras, trazendo a força das culturas e a memória viva dos territórios que resistem.

curadora

Mais de 500 Povos Indígenas vivem em toda a Bacia Amazônica, distribuídos por nove países. Este vasto território abriga 20% da água doce do planeta e seus rios são muito mais do que corpos d’água: são fontes de alimento, cultura, espiritualidade e conexão profunda com a terra. As comunidades que habitam seu solo não só resguardam suas tradições ancestrais, mas também lideram a defesa de seus territórios, impulsionando a proteção de um dos ecossistemas mais vitais e biodiversos do mundo.

Olhares a partir do território Os fotógrafos selecionados habitam diferentes lugares ao longo da bacia amazônica. © Midia Indígena

Mapa de localização em diferentes lugares da Amazônia dos fotógrafos selecionados para a exposição.

A Amazônia está gravemente ameaçada. O desmatamento, a degradação dos ecossistemas e o avanço das atividades extrativistas impactam cerca de 26% de sua extensão. Cada árvore cortada, cada rio contaminado debilita o equilíbrio de um dos sistemas naturais mais importantes do planeta. Diante dessa ameaça, as comunidades amazónicas se convertem em guardiãs do território, liderando ações de resistência e de conservação cruciais para o futuro do clima global. 

 Hoje mais do que nunca, o que acontece aqui ressoa em todo o planeta; já é hora de escutar as vozes da Amazônia. 

Brasil

Retrato de Luene Karipuna, fotógrafa integrante de Vozes da Amazônia.
Luene Karipuna comunicadora Indígena do Povo Karipuna, Brasil. © Luene Karipuna

Luene Karipuna

“Minhas fotografias simbolizam a necessidade de proteger e garantir que estes territórios permaneçam tão belos quanto vemos nas imagens”.

Luene Karipuna pertence ao Povo Karipuna, do estado do Amapá, município do Oiapoque, na Terra Indígena Uaçá. Desde 2020 trabalha como comunicadora e já colaborou com várias organizações Indígenas da Amazônia, incluindo a COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e a APOIANP (Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará) da qual é atualmente a coordenadora executiva, sendo a primeira jovem a ocupar esse espaço. Para Luene, a fotografia é uma ferramenta para desconstruir estereótipos sobre os Povos Indígenas, dar visibilidade às suas agendas e promover a defesa de seus direitos.

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A imagem mostra gotas que salpicam a margem de um rio, com a silhueta de algumas árvores em contraluz e o pôr do sol ao fundo, em tons de azul celeste e amarelo.
Banho de rio Às margens do rio Curipi, vive a maior parte do Povo Karipuna, para quem suas águas são um ponto de encontro. Território indígena Uaçá, Amapá, 2025. © Luene Karipuna

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Banho de rio

Às margens do rio Curipi, vive a maior parte do Povo Karipuna, para quem suas águas são um ponto de encontro. Território indígena Uaçá, Amapá, 2025.


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A imagem mostra a superfície de um rio calmo e a silhueta de árvores na margem oposta, em contraluz, com um céu ao entardecer em tons de azul celeste, acinzentado e alaranjado, coberto de nuvens
Rio Curipi A Bacia Amazônica é um lugar de conexão profunda: entre rios, pessoas, terras e espécies que dão vida a estes territórios. Território indígena Uaçá, Amapá, 2023 © Luene Karipuna

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Rio Curipi

A Bacia Amazônica é um lugar de conexão profunda: entre rios, pessoas, terras e espécies que dão vida a estes territórios. Território indígena Uaçá, Amapá, 2023.


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Uma mão segura uma pequena tartaruga de rio, semi-submersa na água.
Protegendo a vida Hoje, as águas do rio Curipi voltam a estar cheias de vida. Os agentes ambientais do Oiapoque, em conjunto com a TNC, conseguiram recuperar as populações de taricaya (também conhecida como tartaruga de rio de manchas amarelas da Amazônia), uma espécie de tartaruga considerada vulnerável, graças a práticas tradicionais e jornadas de educação ambiental. Os ovos são guardados em incubadeiras por três meses e, quando chega o período das chuvas e o nível dos rios sobe, faz-se a liberação com os meninos e meninas da comunidade. Na foto, uma tartaruga bebê voltando ao seu meio natural. Território indígena Uaçá, Amapá, 2024. © Luene Karipuna

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Protegendo a vida

O rio Curipi volta a estar cheio de vida. A comunidade de Oiapoque, junto com a TNC, conseguiu recuperar a taricaya (tartaruga de rio da Amazônia) graças a práticas tradicionais e jornadas de educação ambiental.

Retrato da fotógrafa Joyce Anika.
Joyce Anika comunicadora indígena do povo Karipuna, Brasil. © Joyce Anika

Joyce Anika

A voz da Amazônia deve ser levada a muitas pessoas, pois ela tem sido muito ameaçada”

Fotógrafa, comunicadora e artista do Povo Karipuna, do Território Indígena Uaçá, no Oiapoque, Amapá. Seu trabalho nasce do movimento Indígena e das lideranças regionais. Em 2021, iniciou sua formação em comunicação e, em 2022, participou do Acampamento Terra Livre em Brasília, uma experiência que fortaleceu ainda mais seu compromisso com a luta e a valorização das vozes Indígenas. Ela utiliza sua sensibilidade e seu entusiasmo para mostrar, por meio da arte e da imagem, a força dos Povos Indígenas do norte do Brasil. 

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Autorretrato de Joyce Anika em preto e branco, com o rosto pintado segundo os costumes de sua comunidade
A Amazônia vista por meus olhos Nesse autorretrato, a fotógrafa brasileira Joyce Aniká representa as tradições de sua comunidade, o Povo Karipuna, do estado do Amapá, no Brasil. Os Povos Indígenas pintam seus rostos como representação dos espíritos que habitam dentro de nós e entre nós. Território indígena Uaçá, Amapá, 2021 © Joyce Anika

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A Amazônia vista por meus olhos

Nesse autorretrato, Joyce Anika representa as tradições de sua comunidade, o Povo Karipuna. Os Povos Indígenas pintam seus rostos como representação dos espíritos que habitam dentro de nós e entre nós.


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Fotografia de um jovem em uma canoa na margem de um rio, com árvores ao fundo.
O cotidiano da selva Na Amazônia, os rios não só dão vida à rede de água doce mais complexa do planeta, mas também servem de vias de comunicação entre comunidades cujo transitar depende de suas águas. Território indígena Uaçá, Amapá, 2025. © Joyce Anika

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O cotidiano da selva

Na Amazônia, os rios não só dão vida à rede de água doce mais complexa do planeta, mas também servem de vias de comunicação entre comunidades cujo transitar depende de suas águas. Território indígena Uaçá, Amapá.


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Grupo de indígenas Karipuna, vestidos de vermelho e com acessórios tradicionais, em uma cerimonia tradicional.
Tradições Ancestrais O canto, o fogo e a defumação fazem parte dos rituais do Povo Karipuna. Territorio indígena Uaçá, Amapá, 2024. © Joyce Anika

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Tradições Ancestrais

O canto, o fogo e a defumação fazem parte dos rituais do Povo Karipuna. Territorio indígena Uaçá, Amapá, 2024.

Foto em preto e branco de Kawowe Parakanã, comunicador e fotógrafo indígena do povo Parakanã, Brasil.
Kawowe Parakanã comunicador e fotógrafo indígena do povo Parakanã, Brasil. © Kawowe Parakanã

Kawowe Parakanã

“A Amazônia, para mim, significa muito mais; ela é uma mãe para nós. É uma Amazônia que estimula a força do nosso Povo Indígena e, cada dia, nos dá mais energia para manter nosso território em pé.”

Comunicador e fotógrafo Indígena do Território Apyterewa, localizado no estado do Pará. Com seu trabalho, Kawowe Parakanã busca registrar e mostrar a força de seu povo, sua relação com a floresta e a importância de proteger este território. Suas imagens dão voz à cultura de seu povo e são um chamado para defender a vida na Amazônia. 

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Vista de baixo para cima de uma árvore muito alta, cujo tronco se perde na distância do dossel verde no alto.
O gigante da floresta A árvore conhecida como Castanha do Pará é endêmica da floresta Amazônica e pode alcançar até 50 metros de altura e viver mais de 500 anos; no entanto, está cada vez mais ameaçada. Este gigante da floresta oferece oxigênio e alimento e, para o Povo Parakanã, sua presença gera a paz. Território Indígena Apyterewa, Pará, 2025 © Kawowe Parakanã

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O gigante da floresta

A árvore Castanha do Pará é endêmica da floresta Amazônica e pode alcançar até 50 metros de altura e viver mais de 500 anos; no entanto, está cada vez mais ameaçada. Este gigante da floresta oferece oxigênio, alimento e gera a paz


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Zona desmatada entre a floresta na encosta de uma colina, resultado de um incêndio florestal.
Cicatrizes da floresta Os rastros após o fogo mostram o impacto do desmatamento no território Indígena Apyterewa, no estado do Pará. Território Indígena Apyterewa, Pará, 2025 © Kawowe Parakanã

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Cicatrizes da floresta

LOs rastros após o fogo mostram o impacto do desmatamento no território Indígena Apyterewa, no estado do Pará. Território Indígena Apyterewa, Pará, 2025.


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Pequenos frutos de um vermelho brilhante surgem de caules da mesma cor, brotando do tronco de uma árvore.
Centelhas de vida Em meio à devastação causada pelo desmatamento, a natureza resiste. Em cada flor, em cada raiz, brota a vida que se nega a desaparecer. Território Indígena Apyterewa, Pará, 2025 © Kawowe Parakanã

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Centelhas de vida

Em meio à devastação causada pelo desmatamento, a natureza resiste. Em cada flor, em cada raiz, brota a vida que se nega a desaparecer. Território Indígena Apyterewa, Pará, 2025

Colombia

Retrato de Eliana Muchachasoy,  com uma capa verde brilhante envolvendo-a, cabelo solto e um ambiente natural ao redor.
Eliana Muchachasoy artista visual Indígena do Povo Camëntŝa, Colômbia © Eliana Muchachasoy

Eliana Muchachasoy

“Nossos avós nos ensinaram que as plantas, o que nos rodeia, são espíritos que estão presentes, que são os guardiões dos mesmos territórios”.

Eliana Muchachasoy é originária do Povo Camëntŝá, no Vale do Sibundoy (Putumayo), no sudoeste da Colômbia. Suas imagens, cheias de cores e vida, buscam dar visibilidade ao papel e às lutas das mulheres Indígenas, render homenagem à memória de seus antepassados e deixar um registro de seu território. Ela é artista visual, cantora e compositora. Em seus interesses artísticos, explora a fotografia, a pintura em tela, o muralismo, a composição digital e a ilustração. Seu trabalho já foi exposto em diferentes espaços locais, nacionais e internacionais. 

“Tua liberdade cheira a flores do páramo,

a brisa salgada na serra,

a chuvas que beijam a savana”.

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mulher com roupa indígena tradicional, de perfil, olhando para cima, entre frailejones do páramo que a superam em altura.
Os avós, guardiões do Páramo No Alto Putumayo, os velhos frailejones de mais de dois metros de altura, considerados avós sábios, salvaguardam o território e lhe dão vida. Graças à sua capacidade de captar a umidade do ar e transformá-la em água, alimentam rios e córregos, evidenciando a conexão entre os Andes e a Amazônia. Páramo de Santiago, Putumayo, 2025. © Eliana Muchachasoy

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Os avós, guardiões do Páramo

No Alto Putumayo, os velhos frailejones , considerados avós sábios, salvaguardam o território e lhe dão vida. Graças à sua capacidade de captar a umidade do ar e transformá-la em água, alimentam rios e córregos.


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Mulher com vestimentas indígenas tradicionais em tons de vermelho, está submersa na água até a cintura, sobre a qual flutuam pétalas de flores, em um ambiente natural
O corpo como primeiro território O feminino e sua relação com a água que nasce nas encostas das montanhas e flui pela Floresta Amazônica, dando forma aos rios que dão vida a um território em que as mulheres Indígenas celebram, protegem e defendem a Mãe Terra. Laguna Kindi Cocha, San Andrés, Putumayo, 2025. © Eliana Muchachasoy

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O corpo como primeiro território

O feminino e sua relação com a água que nasce nas encostas das montanhas e flui pela Floresta Amazônica, dando forma aos rios que dão vida a um território em que as mulheres Indígenas celebram, protegem e defendem a Mãe Terra.


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Mulher com roupas e artesanato indígena tradicional, posa em um rio, em meio a um ambiente verde, com a água até os quadris e as mãos ao lado do corpo.
Lugares sagrados O Vale de Sibundoy é considerado o início da Amazônia colombiana e é onde nasce o rio Putumayo, um dos lugares sagrados para o Povo Camëntŝá. Río Putumayo, vereda Tamabioy, Putumayo, 2021 © Eliana Muchachasoy

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Lugares sagrados

O Vale de Sibundoy é considerado o início da Amazônia colombiana e é onde nasce o rio Putumayo, um dos lugares sagrados para o Povo Camëntŝá. Río Putumayo, vereda Tamabioy, Putumayo, 2021

Fotógrafo Duber Rosero posa com uma câmera na mão, junto a um ancião com vestimentas indígenas, segurando uma câmera de forma semelhante.
Duber Rosero fotógrafo da Amazônia colombiana. © Duber Rosero

Duber Rosero

“Se a Amazônia tivesse uma voz, seria a voz dos rios… o rio conhece do início ao fim tudo o que existe neste território”.

Apaixonado pela biodiversidade, pela proteção da natureza e pelas manifestações culturais dos Povos Indígenas que habitam o seu território. Duber Rosero é fotógrafo e produtor audiovisual do departamento (estado) de Putumayo, na fronteira entre a Colômbia e o Equador. Tem interesse em investigar o conhecimento indígena e a conexão dos povos tradicionais com a natureza que os cerca. 

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Grupo de indígenas, com vestimentas tradicionais em tons de branco e cores vibrantes, marcha por uma rua tocando instrumentos como flautas e tambores.
Homenagem à Mãe Terra Todo ano antes da Quarta-Feira de Cinzas, as ruas de Sibundoy (Putumayo, Colômbia) se vestem de cores vivas. Os Povos Kamëntsá e Inga celebram o Bëtscnaté, o Carnaval do Perdão: um tempo de cura, de restauração do equilíbrio e de homenagem à Mãe Terra. Valle de Sibundoy, Putumayo, 2020. © Duber Rosero

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Homenagem à Mãe Terra

Antes da Quarta-Feira de Cinzas, nas ruas de Sibundoy (Putumayo, Colômbia), os povos Kamëntsá e Inga celebram o Bëtscnaté, o Carnaval do Perdão: um tempo de cura, de restauração do equilíbrio e de homenagem à Mãe Terra.


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Imagem aérea que mostra uma bandada de araras voando sobre a floresta amazônica, com suas silhuetas recortadas contra o céu nublado.
Verde vida No voo livre das araras sobre a verde planície da Amazônia colombiana, no município de Villa Garzón (Putumayo), a floresta respira esperança. Cada árvore é um batimento cardíaco, cada rio, uma voz que clama por proteção. Conservar a Amazônia é conservar a própria vida. Villa Garzón, Putumayo 2022 © Duber Rosero

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Verde vida

No voo livre das araras sobre a verde planície da Amazônia colombiana, em Villa Garzón (Putumayo), a floresta respira esperança. Cada árvore é um batimento cardíaco, cada rio, uma voz que clama por proteção.


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Um ancião indígena com vestimenta tradicional defuma um homem ajoelhado.
A cerimônia do yagé A fumaça traça caminhos invisíveis enquanto o xamã inicia o ritual de limpeza com ramos da árvore Guaíra. Este é o prelúdio para se tomar o yagé, um ato ancestral que honra a conexão entre o corpo, o espírito e a selva. Território Inga, Mocoa, Putumayo, 2024. © Duber Rosero

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A cerimônia do yagé

A fumaça traça caminhos invisíveis enquanto o xamã inicia o ritual de limpeza com ramos da árvore Guaíra. Este é o prelúdio para se tomar o yagé, um ato ancestral que honra a conexão entre o corpo, o espírito e a selva.

Retrato de Andrés Cardona, fotógrafo, que olha para a câmera usando uma camisa azul celeste, com um fundo cinza.
Andrés Cardona fotógrafo da Amazônia colombiana. © Andrés Cardona

Andrés Cardona

“A Amazônia, como tal, é uma forma específica de civilização que pode ensinar a humanidade a coexistir”.

Andrés Cardona viajou pelo rio Amazonas, da Colômbia até sua desembocadura no Oceano Atlântico, no Brasil. Ele nasceu no município de San Vicente del Caguán, no estado de Caquetá, no encontro entre os Andes e a Floresta Amazônica. Suas fotografias não só retratam a beleza do território, mas também as marcas e dores que a guerra deixou em seus habitantes deste lugar na Colômbia, incluindo ele e sua família. Atualmente, ele é explorador da National Geographic. Seu trabalho já foi publicado em revistas como TIME e Vogue e em jornais como The Washington Post, El País e Al Jazeera. Em 2023, ganhou o Prêmio POY Latam pelo melhor “Projeto de longo prazo” e em 2024, o Prêmio Gabo.



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Dentro de um quarto, vê-se um homem de costas para a câmera, cobrindo as costas com uma pele de onça.
Homem versus natureza Os conflitos entre humanos e a onça-pintada são típicos na Amazônia. Os felinos, em busca de comida, atacam o gado e, na selva, a lei do mais forte prevalece. Dessa vez, a sorte não estava do lado da onça-pintada cuja pele é exibida como troféu por esta família de colonos no Baixo Caguán. Cartagena del Chairá, Caquetá, 2019. © Andrés Cardona

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Homem versus natureza

Conflitos entre humanos e a onça-pintada são típicos na Amazônia. Os felinos, em busca de comida, atacam o gado e, na selva, a lei do mais forte prevalece. Dessa vez, a sorte não estava do lado da onça-pintada cuja pele é exibida.


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A silhueta de uma árvore queimada se recorta contra a fumaça e o incêndio florestal que a envolve.
Floresta de fumaça No povoado de Las Damas o verde da floresta desaparece como a fumaça. Onde já se respirou vida, hoje só restam cinzas. San Vicente del Caguán, Caquetá, 2022 © Andrés Cardona

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Floresta de fumaça

No povoado de Las Damas o verde da floresta desaparece como a fumaça. Onde já se respirou vida, hoje só restam cinzas. San Vicente del Caguán, Caquetá, 2022


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Uma vista aérea mostra o contraste entre a área de floresta e a área devastada por um incêndio florestal, ainda fumegante.
Um batimento cardíaco cada vez mais frágil A poucos quilômetros do Parque Nacional Natural Chiribiquete, o fogo arrasa um dos ecossistemas mais biodiversos, pondo em risco culturas, espécies e o equilíbrio do planeta. Cartagena del Chairá, Caquetá, 2022. © Andrés Cardona

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Um batimento cardíaco cada vez mais frágil

A poucos quilômetros do Parque Nacional Natural Chiribiquete, o fogo arrasa um dos ecossistemas mais biodiversos, pondo em risco culturas, espécies e o equilíbrio do planeta. Cartagena del Chairá, Caquetá, 2022.

Perú

Retrato de Patrick Murayari, com cabelo escuro, camisa bege, uma câmera fotográfica sobre o ombro, apoiado contra uma parede esverdeada.
Patrick Murayari comunicador e artista visual Indígena do Povo Kukama Kukamiria, Peru © Patrick Murayari

Patrick Murayari

“A voz da Amazônia busca nos reaproximar das nossas origens, das aprendizagens e práticas que os Povos Indígenas têm com o meio ambiente, das práticas de convivência harmoniosa com o território”.

Patrick Murayari Wesember é um fotógrafo Kukama e realizador audiovisual de Iquitos. Seu trabalho se concentra em documentar a vida na Amazônia peruana. Seu interesse é abordar, com suas imagens, temas como a memória, a identidade, o território e os direitos dos Povos Indígenas, e refletir sobre a história de seu Povo e sobre os problemas estruturais decorrentes da colonização e das práticas de desenvolvimento extrativista na Amazônia. Ele é membro da Associação Peruana de Fotojornalistas, participou da 1ª Bienal Internacional de Arte Amazônica em 2019 e recebeu diversos prêmios por suas fotografias, entre eles o da Organização Indígena Internacional e o Prêmio da Embaixada da França. 

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A silhueta de dois homens em uma canoa tradicional destaca-se contra um fundo azulado que mistura o rio com as margens sob a neblina.
O amanhecer celestial Uma atmosfera de mistério reveste o amanhecer do rio Napo, onde o horizonte se tinge de azul enquanto os pescadores do Povo Maijuna saem para trabalhar. Comunidad nativa Maijuna de Sucusari, Loreto, 2019. © Patrick Murayari

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O amanhecer celestial

Uma atmosfera de mistério reveste o amanhecer do rio Napo, onde o horizonte se tinge de azul enquanto os pescadores do Povo Maijuna saem para trabalhar. Comunidad nativa Maijuna de Sucusari, Loreto, 2019.


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Na penumbra entre as árvores, vê-se uma anciã indígena, com um vestido branco e adornos tradicionais, olhando seriamente para a câmera.
A sábia Tikuna As mulheres da Amazônia têm sido tradicionalmente as defensoras do território. Nancy Léon é uma dessas lutadoras, considerada a última sábia Tikuna de sua comunidade. Assim como os conhecimentos tradicionais da floresta vão desaparecendo, Nancy, pouco a pouco, está perdendo a visão. É por isso que ela tem se empenhado em transmitir seus saberes aos mais jovens. Esta fotografia busca tornar visível sua luta. Comunidad nativa Cushillococha, Loreto, 2019. © Patrick Murayari

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A sábia Tikuna

As mulheres da Amazônia têm sido tradicionalmente as defensoras do território. Nancy Léon é uma dessas lutadoras, considerada a última sábia Tikuna de sua comunidade. Ela tem se empenhado em transmitir seus saberes aos mais jovens


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Em um rio em tons alaranjados, veem-se os pés e as cabeças de crianças nadando em suas águas.
Laranja mercúrio A tarde cai no rio Corrientes e um grupo de crianças se banha como de costume, brincando de ficar de cabeça pra baixo o mais tempo possível. O Povo Kukuma é um dos muitos afetados na Amazônia peruana pelas águas contaminadas desse afluente, resultado de derramamentos de petróleo. Loreto, 2022. © Patrick Murayari

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Laranja mercúrio

A tarde cai no rio Corrientes e um grupo de crianças se banha como de costume, brincando de ficar de cabeça pra baixo. O Povo Kukuma é um dos muitos afetados na Amazônia peruana pelas águas contaminadas desse afluente.

Equador

Retrato em preto e branco de Eli Virkina, fotógrafa, observando a câmera de perfil, com um fundo de floresta.
Eli Virkina fotógrafa e cineasta indígena da comunidade Kichwa, Peru. © Eli Virkina

Eli Virkina

“Me lembro que minha avó me dizia que para ser uma mulher forte, temos que ir ao rio antes que nasça o sol, é nessa hora que o rio lhe dá força, sabedoria e lhe cura”.

Fotógrafa e cineasta Indígena da comunidade Kichwa Venencia Derecha, no Alto Napo. Eli Virkina é equatoriana-estadunidense e se inspira no rio Napo, um dos afluentes afetados pela contaminação de minérios na Amazônia equatoriana. Sua arte comunica a luta de seu povo e transforma a dor em cura. Com suas imagens, mostra a vida cotidiana das mulheres, a resistência em seu território e a conexão entre o mundo físico e o espiritual. 

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Grupo de mulheres indígenas, com a floresta ao fundo, olhando para a câmera e segurando máscaras de onça nas mãos.
Nossas avós estão em nós Para as mulheres Kichwas (Napu-Runa), as máscaras de onça simbolizam seus ancestrais e essa conexão espiritual com um mundo não compreendido pela visão ocidental, mas profundamente vivo na sabedoria dos povos amazônicos. Napuyaku, 2025. © Eli Virkina

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Nuestras abuelas están con nosotras

Para as mulheres Kichwas (Napu-Runa), as máscaras de onça simbolizam seus ancestrais e essa conexão espiritual com um mundo não compreendido pela visão ocidental, mas profundamente vivo na sabedoria dos povos amazônicos.


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Em preto e branco, vê-se o rosto de uma mulher que flutua de costas, semi-submersa em um rio, com o reflexo do sol.
Águas contaminadas, rio que cura O rio que deu vida ao Povo Kichwa hoje está ameaçado e contaminado pela mineração de ouro. Suas águas são sagradas; curam, resistem e libertam as mulheres de suas tristezas e dores. Napuyaku, 2021. © Eli Virkina

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Águas contaminadas, rio que cura

O rio que deu vida ao Povo Kichwa hoje está ameaçado e contaminado pela mineração de ouro. Suas águas são sagradas; curam, resistem e libertam as mulheres de suas tristezas e dores. Napuyaku, 2021.


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Em preto e branco, vê-se um grupo de mulheres indígenas vestidas de branco, sentadas de lado, onde uma bebe de uma tigela
Festa de Uyantza Mulheres Kichwas da aldeia de Sarayaku tomam chicha durante a festa de Uyantza, em comemoração à abundância. Suas visões, como lanças, observam a alegria e a força de seu povo. Sarayaku, 2023. © Eli Virkina

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Festa de Uyantza

Mulheres Kichwas da aldeia de Sarayaku tomam chicha durante a festa de Uyantza, em comemoração à abundância. Suas visões, como lanças, observam a alegria e a força de seu povo. Sarayaku, 2023.

Vista aérea de um território próximo à bacia do rio Napo, no Equador.
Amazônia Território sob ameaça. © Meseta Films