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Na COP30, Brasil une dados e ação local para valorizar quem preserva o meio ambiente

Vista aérea de uma vasta paisagem, mostrando uma grande área de pastagem com um rio sinuoso e estreito. À esquerda e ao fundo, vê-se uma densa área de floresta, e ao longe, uma cadeia de montanhas.
PSA O OPSA vem preencher um vazio que desestimula investimentos e impede que soluções locais ganhem a escala necessária © Haroldo Palo JR

Belém recepciona propostas de nova arquitetura para valorizar a defesa ao meio ambiente como ativo estratégico do Brasil. Durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), duas iniciativas serão lançadas com um objetivo comum: fortalecer os mecanismos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) no país. A The Nature Conservancy (TNC) Brasil é membro fundador do Observatório de PSA (OPSA), que será apresentado no dia 11 de novembro, e integra o projeto PSA Territórios Coletivos, com lançamento marcado para o dia 12.

O Observatório de PSA (OPSA) surge como uma ferramenta crucial para organizar um ecossistema de informações hoje fragmentado, que muitas vezes desestimula investimentos e dificulta a expansão de iniciativas locais. A plataforma, construída de forma colaborativa por uma rede de 180 instituições, da qual a TNC Brasil é membro fundador, busca dar transparência e escala a projetos existentes, conectando dados, marcos legais e financiadores.

“O OPSA vem preencher um vazio que desestimula investimentos e impede que soluções locais ganhem a escala necessária”, explica Erika Pinto, coordenadora da iniciativa pela TNC Brasil. “Ao mapear e conectar projetos, marcos legais e financiadores, queremos tornar visível e viável o trabalho de quem, de fato, preserva os serviços ecossistêmicos”, reforça.

Já o ‘PSA Territórios Coletivos – Projeto Piloto da Agrobiodiversidade na Terra do Meio’ representa a materialização desses mecanismos no chão da floresta. A iniciativa remunera comunidades por práticas tradicionais de conservação e produção sustentável, servindo como um modelo concreto para a Política Estadual de PSA do Pará e refletindo as diretrizes estabelecidas pelo Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA).

“Estamos transformando o discurso em ação prática”, afirma Marina Aragão, líder de economia e finanças para a Amazônia Brasileira na TNC Brasil. “Este piloto demonstra que é possível criar mecanismos eficazes que reconheçam e remunerem as comunidades por serviços ambientais que já prestam historicamente”, explica Aragão.

As iniciativas se complementam, enquanto o OPSA organiza o ecossistema nacional de PSA, o projeto na Terra do Meio testa e valida modelos concretos de implementação. Juntos, eles representam um avanço significativo na construção de uma economia de conservação na Amazônia e iniciativas de PSA em todas as regiões do Brasil, alinhada com os esforços do estado do Pará e de instituições financeiras como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para criar alternativas econômicas sustentáveis.

O OPSA tem como objetivo cadastrar 1.000 iniciativas de PSA no país em seus primeiros quatro anos, exigindo um investimento de R$1,4 milhão no primeiro ano para sua estruturação. O PSA Territórios Coletivos, por sua vez, impactará mais de 3.000 pessoas em 14 territórios, apoiando o acesso a mercados para 40 produtos sociobioeconômicos e fortalecendo a governança comunitária.