
Os Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) são incentivos fundamentais para reconhecer e valorizar quem conserva a natureza ou investe esforços que melhoram a qualidade ambiental. O PSA ajuda a proteger ecossistemas, promover a restauração ambiental, a qualidade dos solos e da água, biodiversidade, etc. Também é capaz de promover a melhoria da qualidade de vida de comunidades que prestam serviços essenciais à sociedade, como povos indígenas, quilombolas, agricultores familiares e outras populações tradicionais. Ao conectar conservação ambiental com desenvolvimento socioeconômico, o PSA se torna peças-chave para enfrentar desafios como as mudanças climáticas, escassez de água e a perda de biodiversidade.
Apesar do avanço de diversas iniciativas de PSA no Brasil, ainda há um grande desafio: a falta de dados integrados e acessíveis sobre essas ações. Informações sobre impactos gerados, fontes de financiamento, metodologias de valoração e formas de monitoramento estão dispersas, dificultando a articulação entre os atores da agenda e a formulação de políticas públicas e estratégias privadas mais eficazes.
Foi diante dessa lacuna que surgiu o Observatório de Pagamento por Serviços Ambientais (OPSA), uma iniciativa liderada pela TNC Brasil e parceiros, construída de forma colaborativa que conta atualmente com mais de 140 membros. O OPSA nasce com a missão de ser o principal hub de informações sobre PSA no país, promovendo a visibilidade das iniciativas existentes, a troca de experiências entre diferentes setores e a atração de investimentos para ampliar os impactos positivos dessa agenda.
No dia 12 de agosto, a Rede OPSA realizou sua primeira reunião presencial, reunindo quase 100 participantes de diversos setores — sociedade civil, setor privado, academia, governos, associações e comunidades — em um momento de trocas, construção coletiva e alinhamento de esforços. O encontro foi sediado no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). O OPSA conta com a coordenação de um grupo estratégico formado por organizações como TNC, Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, Instituto Aya, BV Rio, CNRPPN, Conciliare, Conservação Internacional, Diálogo Florestal, ECCON, Ibá, ICS, IIS, Natura, OCT e Systemic.
Quote: Érika Paula
O OPSA é uma resposta concreta à necessidade de integrar dados, conectar atores e fortalecer a agenda de PSA no Brasil.
Durante o evento, foram discutidas estratégias de governança, financiamento e engajamento de novos parceiros, além da apresentação de estudos que mostram o potencial do PSA para apoiar metas como desmatamento zero até 2030 e a restauração de 12 milhões de hectares de vegetação nativa. Também foram abordadas oportunidades de captação de recursos e caminhos para ampliar a atuação da rede.
Segundo Erika Paula, Coordenadora de Projetos da TNC Brasil e líder da iniciativa, “o OPSA é uma resposta concreta à necessidade de integrar dados, conectar atores e fortalecer a agenda de PSA no Brasil. Ao tornar visíveis as iniciativas existentes e promover a coordenação entre elas, o Observatório contribui para políticas públicas mais qualificadas, estratégias privadas mais eficazes e para a valorização de quem cuida da natureza.”
A expectativa é que, com a consolidação da plataforma tecnológica do OPSA e o engajamento contínuo dos parceiros, o Brasil avance na construção de um ecossistema robusto de PSA, capaz de gerar benefícios ambientais, sociais e econômicos em larga escala.